domingo, 6 de novembro de 2011

Banda Mopho


INFORMAÇÃO GERAL

Origem: Maceió/AL
País: Brasil
Gênero: Rock Psicodélico, Rock Clássico, Hard Rock e Folk Rock
Período em atividade: Desde 1996
Gravadora(s): Baratos Afins e Pisces Records

Integrantes:
João Paulo
Hélio Pisca
Junior Bocão
Dinho Zampier

Ex-integrantes:
Leonardo Luiz
Marcelo Mascaro
Daniel Meira

HISTÓRIA

Mopho é uma banda brasileira de rock and roll formada em 1996, na cidade de Maceió, Alagoas. Seus integrantes são João Paulo (guitarra e voz), Hélio Pisca (bateria), Junior Bocão (baixo e voz) e Dinho Zampier (teclado). O tecladista da formação original é Leonardo Luiz. A Banda tem suas origens em 1989 na cidade de Arapiraca, agreste alagoano, quando João Paulo e Junior Bocão formam uma banda cover de Beatles.

Em 1994, João Paulo muda-se para Maceió e forma a banda Água Mineral, de Rock and Roll e Blues, e em 1996, muda o nome da banda para Mopho. O nome é originado de brincadeiras de amigos que, na efervescência do movimento Manguebeat em Recife, disseram que a banda ia "mofar" no estúdio. Em 1997, João Paulo, Hélio Pisca e Alessandro Aru gravam a primeira demo tape da banda intitulada de "Uma Leitura Mineral Incrível", que foi lançada apenas em formato K7 e com forte sonoridade de rock progressivo.

Em 1998, após a saída de Alessandro Aru e a entrada de Junior Bocão e Leonardo Luiz, a banda grava a segunda demo tape com o nome de "Um Dia de Cada Vez", esta já em CD.




MOPHO

O homônimo álbum, produzido por Luiz Calanca, foi gravado em 1999 e lançado em 2000 pelo selo paulistano Baratos Afins. Este trabalho foi muito aclamado pela crítica nacional e projetou a banda em importantes festivais de música independente como Abril Pro Rock, Porão do Rock, Balaio Brasil, Festival de Inverno De Garanhuns. Com o disco, a banda chegou a figurar em um TOP 35 da rádio californiana KALX, de Berkeley, e arrancou vários elogios como do ex-
Mutantes Arnaldo Baptista, do maestro Rogédio Duprat, até de uma banda americana Wondermints, que acompanhava o Brian Wilson, do The Beach Boys, em turnê.
Este álbum é considerado um dos melhores álbuns da década de 2000.

Sine Diabolo Nullus Deus

Após o grande sucesso do primeiro álbum, a banda se dissolve em 2003 quando estava prestes a lançar o segundo trabalho. Junior Bocão e Hélio Pisca vão para São Paulo e formam a banda Casa Flutuante, enquanto João Paulo grava com Leonardo o Sine Diabolo Nullus Deus, lançado pela Baratos Afins em 2004.

Casa Flutuante

Instalados em São Paulo, Bocão e Hélio Pisca lança em 2004 o disco "A Terra É Nossa Casa Flutuante".

Volume 3

Em 2008, após cinco anos separados, o grupo anuncia o retorno e com planos para um novo disco. Em 2011, o disco "Volume 3" é lançado pela Pisces Records.



DISCOGRAFIA


ÁLBUNS DE ESTÚDIO

2000 - "Mopho"

Faixas:
01 - Nada Vai Mudar;
02 - A Geladeira;
03 - Não Mande Flores;
04 - Ela Me Deu Um Beijo;
05 - Tudo Vai Mudar;
06 - Tão Longe;
07 - Uma Leitura Mineral Incrível;
08 - Eu Quero Tudo;
09 - A Carta;
10 - Já Não é Mais;
11 - Mosca Sobre a Cabeça;
12 - Um Dia de Cada Vez;
13 - Vamos Curtir Um Barato (Meu Bem)

2004 - "Sine Diabolo Nullus Deus"

Faixas:
01 - A Música Que Fiz Pra Você;
02 - O Amor é Feito de Plástico;
03 - Caixa de Vidro;
04 - Tanto Barulho Por Nada;
05 - Eu Não Vou Chorar;
06 - Por Um Punhado de Dólares;
07 - Eu Segui o Brilho do Sol;
08 - Quando Você Me Disse Adeus;
09 - Sine Diabolos Nullus Deus;
10 - Um Lindo Dia de Sol;
11 - Hoje Eu Lembrei do Seu Sorriso;
12 - Nunca Deixei de Acreditar;
13 - Well, Well... Oh Yeah!

2011 - "Volume 3"

Faixas:
01 - Dani Rabiscou;
02 - Quanto Vale Um Pensamento Seu;
03 - As Marias;
04 - Pessoas São de Vidro;
05 - Prelúdio;
06 - Você Sabe Muito Bem;
07 - Caleidoscópio;
08 - A Malvada;
09 - Produto Ordinário Popular;
10 - O Infinito

ÁLBUNS DE DEMONSTRAÇÃO

1997 - "Uma Leitura Mineral Incrível"

Faixas:
01 - Eu Quero Tudo;
02 - Uma Leitura Mineral Incrível;
03 - Mosca Sobre a Cabeça;
04 - A Geladeira.

1998 - Um Dia de Cada Vez

Faixas:
01 - Não Mande Flores;
02 - Nada Vai Mudar;
03 -Vamos Curtir Um Barato (Meu Bem);
04 - Um Dia de Cada Vez;
05 - Ela Me Deu Um Beijo

2003 - Do disco "Sine Diabolo Nullus Deus"

Faixas:
01 - O Amor é Feito de Plástico;
02 - A Música Que Fiz Pra Você;
03 - Hoje Eu Lembrei Do Seu Sorriso;
04 -Imaginação;
05 - Mais Um Dia;
06 - Tanto Barulho Por Nada;
07 - Um Lindo Dia de Sol

PARTICIPAÇÕES

2001 - Revista Trip 81 Musikaos (Participação com a música "Uma Leitura Mineral Incrível")

2006 - Trilha de Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock'n'Roll
(Participação com a música "Quando Você Me Disse Adeus")


[ Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre ]



JOÃO PAULO ( Entrevista )


A banda Mopho é para todos que viveram intensamente os anos 1960 e 70, da década passada, seja na própria época ou através de discos fantásticos. Usando as referências corretas com cérebro e disposição, o quarteto alagoano já entrou no panteão da psicodelia, sentando ao lado de seus grandes mestres. O flashback é forte. Um disco irrepreensível, obrigatório para saudosistas que não se contentam com a nostalgia.

O Esquema - Resuma a história da banda do início ao contato com a Baratos Afins.
João Paulo - A banda tem basicamente três anos. Antes de eu e o (Hélio) Pisca, o baterista, montarmos a banda, nós já tocávamos em várias bandas de Maceió, basicamente conjuntos de covers. Até que montamos uma banda chamada Água Mineral, que tinha influências sessentistas, mas era mais voltado para o hard rock, mesmo porque era um power trio, não tinha o teclado que acabou dando esse toque mais anos 1960. Esse grupo durou uns dois anos e fizemos um trabalho de demonstração em 1995 e a partir de 96 começamos a trabalhar o material. Nessa época começamos a tocar com o Leonardo, que é o tecladista, só que como músico convidado. Daí o Alessandro, que era o baixista original, saiu e entrou o (Junior) Bocão, na época de lançamento deste demonstrativo. Desde 97 a formação está estabilizada. Mudamos o nome da banda por causa daquela música da Timbalada, "Água Mineral", que fez com que muitas pessoas achassem que tocávamos essa música. Além disso, como tocávamos alguns blues no repertório, as pessoas passaram a pensar que era uma banda de blues. Todo mundo estava confundindo tudo, então resolvemos mudar o nome.

OE - E o Mopho saiu de onde?
JP - Veio de alguma forma que as pessoas nos satirizavam aqui. Estava em plena época da efervescência do Mangue Beat, com aquelas coisas de ritmos regionais ao lado de Rock e Funk. Logo definiram que a gente era datado e aquilo era moderno. Então a gente ouviu um comentário maldoso, dizendo que a nossa banda ia acabar mofando e resolvemos adaptar isso…

Engraçado, é a mesma história do Led Zeppelin, que o baterista do The Who, Keith Moon, disse que o novo grupo do Jimmy Page ia subir como um zepelim de chumbo e o Page ficou sabendo e adotou o nome como uma forma de assumir o desafio.

Pois é, é bem isso. Aí naquele disco do U2, Pop, havia uma música que se chamava Mopho, com PH, e achei a grafia muito interessante e passei a pensar no nome da banda. “Mofo”. Não há como falar “mofo” de outro jeito, em todo Brasil é dito do mesmo jeito. Optamos pelo PH para fazer uma conexão com o Pholhas (antigo grupo sessentista brasileiro) também (risos)…

OE - E o contato com a Baratos Afins?
JP - Foi uma coisa natural, porque desde os anos 1970 eu conheço a Baratos… Hoje é muito bonito você chegar na mídia e dizer que gosta de Mutantes, mas houve um tempo que não tinha nada dos caras… E a Baratos relançou. Não só Mutantes, como os solos do Arnaldo Baptista e uma série de outros grupos. Então foi natural mandar a fita pra Baratos. Mas quando mandamos o CD demonstrativo "Um Dia de Cada Vez" começaram a acontecer umas coisas legais. O Frank Jorge, da Graforréia Xilarmônica e dos Cowboys Espirituais, mostrou o disco para o Carlos Eduardo Miranda, que mostrou para o Fernando Rosa, de Brasília, que tem uma revista virtual bem legal, chamada Senhor F, só sobre rock dos anos 1960 e 70 e influências…

Isso criou um certo buxixo, as pessoas começaram a querer conhecer a gente. Até que o Ricardo Alexandre, do Estado de S. Paulo, entrevistou o Arnaldo Baptista, dos Mutantes, e mostrou várias músicas novas, entre elas "Não Mande Flores" da gente, pra ele comentar. Ele falou muito bem da gente e o Calanca, da Baratos, ficou interessado na gente. Aí a gente tava gravando o primeiro CD aí em São Paulo quando faltou grana pra mixagem. Ficamos muito chateados, estávamos gravando com uma grana que a gente não tinha numa cidade que a gente não conhecia. Fomos na Baratos, eu ia comprar aquele disco do Arnaldo, "Disco Voador". Aí conhecemos o Calanca e ficamos conversando com ele. Até que falamos que éramos de Maceió e o cara pega um papel, amassa e fala pra gente “Amassei, ó!”, cheio de risada. Achávamos que ele tava sacaneando a gente. Então eu disse que eu era da Mopho e o cara arregalou o olho: “O QUÊ!! Você tá brincando!!”, tirou foto com a gente. Formou uma amizade, a gente saiu pra tomar umas geladas quando a gente disse que o disco faltava ser mixado e távamos procurando alguém para lançar o disco. Ele se declarou um grande admirador do nosso trabalho, o que nos deixou extremamente lisonjeados, não só pela figura humana que ele é, mas pelos serviços prestados ao Rock Nacional. Ter um disco lançado pela Baratos era como um sonho.

OE - O disco ficou do jeito que vocês queriam?
JP - Do jeitinho exato não. Mas é o primeiro disco, você sabe… Se fôssemos sair por uma gravadora maior, talvez pudessem descaracterizar mais o som. A mixagem também foi rápida, fizemos em 15 horas, nem pudemos colocar efeitos de estéreo, que é uma coisa que eu sempre gosto de ouvir, como arranjar o nível e o timbre de cada instrumento. A concepção da capa também é interessante, mas aquele reloginho não tem nada a ver, parece um relógio Cosmos (risos)… Se fosse uma ampulheta… A textura do papel também não é a ideal… Mas é assim, né cara, você não fica satisfeito nunca. A foto do encarte do CD foi outra confusão. Tiramos altas fotos com um conhecido nosso de São Paulo que é fotógrafo e se ofereceu pra fazer o trabalho, o Richard (Schoezel). Tudo no Ibirapuera, com aqueles monumentos… Aí o cara chega outro dia em casa, todo cabisbaixo… Alguém entrou no estúdio dele quando ele tava revelando e velou o filme… É dose, porque é o nosso dinheiro sendo jogado fora. Eu nunca ganhei NADA com a Mopho… NADA…

OE - Vocês escutam alguma coisa de música atual ou ficam só nos clássicos?
JP - Eu ouço de tudo, tenho a cabeça aberta pra tudo, gosto de Beck, de Ben Harper, Lenny Kravitz - não gostei desse último disco -, Cardigans, Garbage, Manic Street Preachers… Tento me atualizar, mas tem muita banda que o povo fala que não é legal. Ganhei um presente do Fernando Rosa que é fantástico, cinco CD-Rs com coisas obscuras do Rock Nacional. Bandas que sequer tiveram um breve reconhecimento público e que são maravilhosos, que batem bem forte na psicodelia.

OE - Dá pra fazer uma lista dos 10 discos mais importantes pra Mopho?
JP - Dez é pouco, mas posso tentar… "Revolver", dos Beatles, é o primeiro. "A Divina Comédia" dos Mutantes é outro. "Pet Sounds" dos Beach Boys. "Houses of the Holy", eu adoro Led Zeppelin. O "Electric Ladyland" - Jimi Hendrix Experience. Uma coletânea dos Byrds tirada de uma caixa de 4 CDs chamada "20 Essential Tracks". O "Há Dez Mil Anos Atrás" do Raul Seixas. O último disco do Casa das Máquinas, "Casa de Rock".

Aí começa o lado hard rock, ponha também o "Stormbringer" do Deep Purple. E o "Talking Book", do Stevie Wonder, que é um disco fantástico. Tudo do Cream, tudo, tudo… Se for pra escolher, fico com o Wheels of Fire, que é duplo. O Who’s Next, do The Who. O Hot Rats, de Frank Zappa, que sem dúvida é uma grande influência. Sabbath Bloody Sabbath, do Black Sabbath… E Sticky Fingers, dos Rollling Stones, que não é um disco psicodélico, mas é o melhor disco deles. Pô, tem Brown Sugar e Sister Morphine, não precisa de muito mais que isso, mas tem muito mais ali. Eu sou um consumidor compulsivo de discos, eu só parei porque tô sem grana. Tenho muitos vinis, que é uma coisa que eu compro até hoje… Tenho uns mil vinis, uns cem CDs e vários cassetes, coisas que eu não consigo comprar, gravo muitas fitas cassete… "Big Star", o primeiro do McCartney é um disco lindo, o primeiro dos Wings, "Wild Life", foi um disco que nos ajudou muito a passar da fase dos covers pra compor músicas próprias. Eu acabo sendo injusto com muita gente… A primeira fase do David Bowie. Até Kiss, o "Kiss Alive I" é um melhor disco ao vivo da história do rock, um disco que tem uma qualidade técnica sofrível.

Tudo nacional dos anos 1960 e 70 eu ouço, eu gosto… Roberto Carlos, pô, é a maior injustiça não reconhecerem o valor desse cara. Muita gente tira uma na gente porque a gente gosta de Roberto, mas pô, é muito bom, aquela fase soul, o disco "O Inimitável", o disco de 1972… Uma música como "A Carta" só podia ter saído do Roberto Carlos, eu brinco que é o "Saucerful of Secrets" do Roberto Carlos (risos)…

OE - Faltou Pink Floyd.
JP - Com certeza! Desde o "Dark Side of the Moon", que é um disco que nos inspirou bastante até o primeiro, que é psicodelia pura aos solos do Syd Barrett… Eu ouço o Atom Heart Mother até hoje. 60% da nossa sonoridade vem desses discos… Gosto de blues, Howlin’ Wolf, Robert Johnson…

OE - Love?
JP - Eu gosto de Love, mas não assimilei muita coisa ainda pra dizer que é influência. Música negra em geral, soul e funk são fundamentais… Booker T & the MGs, Wilson Pickett, Otis Redding é um dos meus cantores favoritos, Try a Little Tenderness é a segunda melhor música de todos os tempos?

OE - E qual é a primeira?
JP - Eu só não disse a primeira, porque eu não sei.

OE - "God Only Knows" ou "Tomorrow Never Knows"?
JP - É mesmo (risos). Páreo duro. Só Deus sabe.

OE - Amanhã nunca se sabe…
JP - É isso aí (risos)!

[ Fonte: Site - www.oesquema.com.br ]

[ Editado por Pedro Jorge ]


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